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Rita
Um vestido de memória afetiva
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Rita era uma noiva que nunca havia sonhado com o casamento e muito menos em vestir-se com um vestido de noiva convencional, mas para sua familia dizia com ar de “não esperem isso de mim” que se algum dia a ideia de um casamento acontecesse, ela levaria frioleiras em seu vestido, também conhecida como frivolité, uma espécie de renda semelhante a renda de bilros, que sua avó ainda hoje faz e sempre passou este conhecimento para suas filhas e netas.
Logo que ela me procurou, imaginei o vestido com fluidez, leveza e as rendas como estrelas aplicadas ao longo de seu vestido. Pensamos em cores suaves para fugir ao branco tradicional, mas acabamos por escolher uma opção de base em off white e para as rendas trabalhariamos tons de cru, pérola e até um tom de bege. As rendas foram feitas por sua avó, conforme solicitado pela neta no passado, de forma despretenciosa.
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Houve um trabalho em conjunto onde selecionamos os tipos de florais ou “estrelas” e diferentes tamahos, para representar a constelação presente na identidade visual de seu casamento. Como resultado, um vestido de crepe georgette, mais encorpado, porém sem muita estrutura para além das copas, decote em “V” mais sutil a frente e pouco mais profundo nas costas, com a fluidez da mousseline a criar um véu de “asas”. As frioleiras foram aplicadas manualmente uma a uma por cima e por baixo do “véu-asas”, para criar um efeito 3D. O recorte princesa da parte superior acomodava suas curvas e a saia em godê simples deu a delicadeza e fluidez necessárias para que ela pudesse aproveitar sua festa realizada em uma Quinta.
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Como este casamento aconteceu em 2021 e as máscaras de proteção ainda eram bastante necessárias, fiz uma máscara social especialmente para o dia e apliquei frioleiras para comporem com toda a identidade da noiva, que também levava algumas nos cabelos.
Noiva: Rita Santos
Fotografias: Pedro Lopes
Vestido: Clara Pache Atelier